domingo, 1 de setembro de 2013

Quem foi Joaquim Marques Lisboa (Almirante Tamandaré)?



Joaquim Marques Lisboa
     Quando se proclamou a nossa independência política, tínhamos os elementos dum exército criados nas lutas constantes da fronteira meridional, os destinos do Brasil só dependiam de operações navais. Joaquim Marquês Lisboa, futuro almirante e  marquês de Tamandaré, contava-se com 16 anos de idade e se apresentou ao comandante Taylor, a bordo da Niterói, no dia 4 de março de 1823 na guerra da independência, basicamente ainda jovem adquiriu experiência em sua gloriosa carreira.
    Joaquim Marquês Lisboa era um marinheiro completo, feito na escola dos mais notáveis oficiais ingleses ao nosso serviço, em todas as gloriosas jornadas no prata, não escapou o comportamento a inteligência, bravura e sangue frio.
Homenagem em nota de 1 Cruzeiro

     Na campanha Farroupilha, desde 1835 que os rio grandenses do sul se batiam contra as tropas do Império, numa luta separatista e Tamandaré e seu amor a ordem, seu culto a disciplina, sua profunda indefectível brasilidade, em contraposição ao amor a terra natal, jamais abraçaria a causa revolucionária, também não teria animo de combatê-la, vendo-a defendida por gente tão de perto ligada ao seu coração, não hesitou na atitude a tomar.  Era impossível um gaúcho ir contra gaúchos, para não entrar em combate contra os irmãos de seu estado,  deu parte de doente.
     Em 24 de agosto de 1848 salvou tripulantes de um barco a vapor americano que se encontrava em chamas o Ocean Monarch, que viajava de Liverpool para Boston conduzindo 396 emigrantes, Marques Lisboa retirou a bordo 156 pessoas e salvaram-se no mar mais 60 pessoas, muitos jornais de vários países europeus registraram com ecomios o fato, o governo dos estados unidos elogiou-o.

A campanha no Paraguai

Batalha no Paraguai
     Em meados de 1865 a situação do Brasil era difícil, o sul de mato grosso, invadido, 12 mil homens do general Estigarribia em marcha sobre o rio grande do sul.  Quando a tríplice aliança lutava contra o Paraguai de Lopez, sobre Argentina e o Brasil, Lopez lançou um ataque de 32 mil homens, nenhum dos dois, nem os dois unidos tinham com que fazer frente a essa massa. No dia 11 de junho de 1865 nove navios Imperiais com 59 canhões e 2.287 homens recebem o ataque de oito navios  com 47 canhões e 2.500 homens, auxiliados da barranca do rio por 22 canhões e uns dois mil fuzileiros. O combate foi duradouro e a tríplice aliança resistiu bravamente até quase escurecer, o almirante Tamandaré tinha, porém, a grave responsabilidade do seu cargo, um erro poderia comprometer a sorte da campanha, a honra do Império, os destinos do seu país, resultado da batalha, três navios tomados com suas bandeiras, o chefe paraguaio e comandante Meza mortalmente ferido, os comandantes paraguaios Robles, Alcaraz e Ortiz, mortos 1.500 homens de Lopez fora de combate; os navios paraguaios restantes fugindo rio acima, uns a reboque dos outros e perseguidos até cair a noite, o poder naval paraguaio para sempre liquidado. Na opinião do grande general Osório, a marinha salvara ali a causa da aliança. O domínio das águas é a vitória, assegurou-a Tamandaré com o bloqueio efetivo do Paraguai.

O caçador de jacarés

     Joaquim marquês Lisboa praticava dois esportes favoritos, que dão bem a medida de sua coragem, audácia e destreza. O primeiro era disputar páreos de natação na travessia dos igarapés, com os caboclos da região, as vezes com uma das mãos sustendo armas ou outros objetos fora d'agua, o segundo era caçar jacarés a braço, concorrendo com os habitantes e usando do mesmo processo que eles, chegou a mais alta perfeição nesse perigoso divertimento.
Monumento em Homenagem: Parque do Ibirapuera SP
     Tamandaré prezara muito a sua dignidade, o decoro do seu cargo e a representação de seu país, que exercia decidido a manter esse conjunto, que era apanágio de sua vida, agia com energia, com autoridade e até com violência, sem medir as consequências. A historia, hoje tem o dever de capinar essa erva daninha que cresce em volta da memória gloriosa do grande almirante Tamandaré.
     20 de março de 1897, Deus dava ao marquês de Tamandaré baixa do serviço do Brasil para sempre com quase noventa anos de idade, faleceu as cinco e meia da tarde duma síncope cardíaca na sua casa. 

     Tamandaré o velho Almirante, marinheiro do primeiro e segundo Império, que nascera ao tempo da colônia, vira o Brasil reino, guerreara na Independência e no prata, tomará parte ao lado da legalidade em quase todas as convulsões da Regência, criara e levara a vitória no Uruguai e no Paraguai a marinha do segundo reinado, o derradeiro comandante em chefe das forças brasileiras contra Solano Lopez. A historia viva da própria nacionalidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário